domingo, 7 de junho de 2009

Aula no Palco do Teatro, emoção e sensações ao cubo!

Nesta semana foi um encontro muito interessante, fizemos aula no teatro, no mágico palco, alias queria que fosse sempre assim, o lugar ideal, amável, acolhedor, nosso sagrado lugar de encanto. Conseguimos dar um passo adiante, a duras penas, mais a fila andou. Com muita conversa, os alunos conseguiram compreender a importância de se desprenderem do julgamento do olhar externo, que muitas vezes é seu mesmo, da necessidade de uma auto-investigação e compreensão do corpo como instrumento de trabalho, corpo, como fator indispensável e indiscutível para a criação plena e evolutiva.

Na aula passada pedi a eles para trazerem trechos de obras literárias, romances ou peças teatrais decoradas, de no mínimo 2 linhas, no máximo 5 linhas, eles trouxeram! Muito bom, pois se apresentaram os mais diversos temas, conteúdos e formas de expressão de escrita variadas. Alguns levaram bronca, por estarem com os textos mal decorados, sendo que tiveram uma semana para isso. Eu disse: - Sete dias para 5 linhas e nada?? E ficam pedindo para fazer peça? Como pensam em fazer uma peça inteira?
Forcei nisso para se entenderem a importância de se estabelecer uma relação de seriedade e compromisso com o que se assumir, isso é teatro, disciplina, vontade, prazer!

Após um bom aquecimento, com deslocamento no espaço, corridas, falando o texto de forma neutra, paravam a frente do colega mais próximo, e cada um falava o seu texto ao colega. Algo prático, para aquecer o início da aula que tinha temperatura de 10 graus. Eu estava feliz, pois quase todos os alunos se fizeram presentes, realmente estão se apegando aos nossos encontros.

Depois disso, propus que em fileira andassem individualmente, da rotundas à ribalta, aproveitando o espaço cênico real do teatro, a coxia, o procênio, a platéia, (as cadeiras), enfim, estando eles no lugar real/ideal, o palco de um teatro, assim entenderam na prática a importância do foco, da projeção da voz, e foram andando, nessa direção dizendo o texto sem estados emocionais, e localizei, a postura errada, o olhar perdido, a falta de foco, o nervosismo aparente, o caminhar inseguro, e pontuei a importância de se saber onde se está, como se anda, a questão da atitude, a importância do olhar, da necessidade de se impor, como se defender no palco, como fazer bem e bonito, aquilo que tem que se fazer, a simplicidade de forma bela.

Após, foram várias, várias experimentações deste mesmo trecho dito de uma, três, cinco, oito formas diferentes e como isso alterava suas respirações, que alteravam seus corpos, suas posturas, enfim, seus estados, tudo isso fazendo-os perceber que o teatro nos torna plenos no fazer.

Após tantas repetições e às vezes algumas travações naturais, em um momento específico de um estado de pavor, a sensação real do estado não foi assimilado com facilidade, tive que dar uma pausa, propor uma água, uma conversa em torno do libertar-se desse auto-julgamento e do julgamento alheio, exercitamos de forma bem sutil um pouco do princípio de Kundalini, para trocarem energias, fazerem fluir através da leve compreensão do corpo e seus chacras, e através de uma cuidadosa condução minha, fomos para uma situação lúdica do limite do universo do pavor, foi lindo, se soltaram, se envolveram, se emocionaram, fizeram com tudo e o medo e o julgamento, se foram!


Nossa reunião de sexta feira tratou de questões pedagógicas, onde abordamos dificuldades e progressos.

Régis Santos

Nenhum comentário: